sexta-feira, 11 de julho de 2014

Entrevista a João Costa (USC Palermo)



Jovens Promessas - Começou a representar o Benfica com apenas doze anos. Como chegou ao clube? A temporada 2008/09 foi a sua primeira como atleta federado?


João Costa - Sim, certo. Tudo começou como é normal: com o gosto enorme por praticar o desporto. Sempre a jogar com amigos e com a bola na mão para onde quer que fosse... Depois, associaram-se a este gosto as muitas influências que o meu pai me trazia do seu passado como futebolista e também a sua paixão. 
Começou por me colocar na Escola de Futebol Rui Águas e tudo correu muito bem nesse primeiro ano. Adaptei-me muito bem à verdadeira competição e o meu pai optou por me meter nas escolas do Benfica, apesar de ter havido logo algum interesse em que eu entrasse para os escalões de competição. 
Ao entrar nas escolas do Benfica, foi tudo muito rápido. Com bastante trabalho, creio que fiz nesse ano cerca de cem jogos, distribuídos por muitos torneios, o que me fez ganhar também muito ritmo. Após essa boa época, e depois de muita conversação entre o meu pai e o clube, entrei no Benfica.


JP - Em 2013 sagrou-se campeão nacional de juvenis. Teve um papel importante na conquista desse título?

JC - Creio que sim, apesar de ter sido um ano um pouco complicado para mim, devido a vários motivos. Penso que qualquer jogador que se empenhe a 100% desde o início pode estar perfeitamente tranquilo, sabendo que fez todos os possíveis para a equipa atingir o objectivo.

JP - Na equipa que venceu esse campeonato destacavam-se, por exemplo, Gonçalo Guedes ou Renato Sanches. O que pensa desses dois jogadores em particular? Vê neles potencial para chegar à equipa principal e, quem sabe, à seleção nacional?

JC - São jogadores bastante fortes, tanto a nível futebolístico como a nível mental, e quando esses dois pontos se juntam com o trabalho podem estar reunidas condições para um futuro risonho.

JP - Meses depois da célebre vitória na casa do FC Porto, que garantiu o 1º lugar, assinou pelo Palermo. Por que motivo decidiu rumar a Itália?

JC - Decidi rumar a Itália, porque, por alguns motivos, os meus objectivos e os do Benfica não coincidiram e também por alguns problemas pessoais que tive durante essa época, o que levou a que tivesse que mudar. 
Surgiu a oportunidade do Palermo, como podia ter surgido a de outro clube. É uma experiência a mais neste processo de formação.

JP - Quais foram as principais diferenças que encontrou no futebol italiano?

JC - A principal diferença do futebol italiano para o português é a grande competitividade e experiência que o campeonato de juniores italiano te dá. Dá-te a possibilidade de jogares com jogadores como Bruno Fernandes ou Carlos Embalo, que são boas referências para mim , devido ao facto de as equipas serem uma espécie de equipa B. 
Em termos de jogo, há um cuidado superior a nível defensivo e é um jogo mais pensado a partir de trás. De resto, não notei muitas mais diferenças. 

JP - Tal como o João, também Bruno Fernandes ingressou numa equipa italiana ainda com idade de júnior. Apesar disso, fez uma temporada de grande qualidade ao serviço do Novara, que levou a que assinasse pela Udinese. Sente que a aposta nos jovens valores é maior em Itália?

JC - Não, nada disso. Pelo contrário. É preciso, como em qualquer país, trabalhar muito para atingir os objectivos. Claro que há sempre aquele pensamento de que o jovem que vai para Itália, por exemplo, já tem a vida feita... Mas não é nada assim. É preciso trabalhar muito e ser-se bastante forte para assumir uma posição na equipa.

JP - Quais são as suas metas para a próxima temporada?

JC - A minha meta para a próxima época, sendo a minha última como júnior, é dar verdadeiramente o salto para os seniores, seja em que equipa for. Estou motivado, bem física e mentalmente e pronto para fazer uma grande temporada.

JP - A chamada ao Europeu de Sub-19 de 2015 é para si um objetivo prioritário?

JC - Não, nada disso. Quero trabalhar bem na próxima época, estar bem no meu clube, e depois claro que tudo vai surgir naturalmente. Não penso nisso como uma obsessão nem como uma prioridade, mas claro que é uma ambição pessoal que quero cumprir no próximo ano. 

JP - A grande maioria dos nossos leitores, provavelmente, nunca viu um jogo seu. Consegue definir o João Costa como jogador?

JC - Não sou fisicamente muito evoluído, devido à minha estatura, mas combato isso com velocidade, técnica e visão de jogo... E pronto, aconselho os seus leitores a verem um jogo na próxima época. [risos]

JP - Como imagina a sua carreira daqui a dez anos?

JC - Não sou bruxo e não sei o meu futuro, mas se trabalhar todos os dias para um futuro risonho para mim e para minha família basta acreditar em mim e nas minhas capacidade. O resto, o futuro dirá. 

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