3 de abril de 2014. A selecção dos Estados Unidos defronta o México no University of Phoenix Stadium, no Arizona, perante cerca de 60 mil espectadores. No banco, ao lado da figura Landon Donovan, está sentado Julian Green, o miúdo de 19 anos com dupla nacionalidade que optou por jogar pela selecção dos Estados Unidos há poucos dias e mereceu a confiança de Klinsmann. Nenhum dos dois tem conhecimento da surpresa que o futuro lhes reserva. Um estará no Mundial, outro não. Para surpresa, inversão de papéis em relação ao expectável. Green estará no Mundial, Donovan não.
À passagem da hora de jogo, chegou o momento de Julian Green se mostrar aos 50 estados da nação americana. Entra no terreno segundos depois de Donovan, e é também presenteado com um ruidoso aplauso dos adeptos do “soccer”.
Entra no jogo de forma descomplexada, igual a si mesmo, procurando ter bola e partir para cima do adversário. Elemento ofensivo versátil por natureza, atua neste jogo em particular como extremo direito. Procura criar desequilíbrios pela ala evidenciando boa capacidade de condução, mas agarra-se demasiado à bola, algo natural com a ânsia da estreia. Ágil e rápido, fica claro que terá que ganhar no entanto mais massa muscular, uma vez que perdeu vários lances no choque.
Numa análise mais técnica, Julian é um jogador que tem uma boa abordagem ao jogo, e que procura fazer da inteligência uma das principais armas, algo com reflexo na sua versatilidade. Na equipa B do Bayern, é comum vê-lo aparecer em posições interiores, podendo desempenhar funções de segundo avançado. Aparece bem também em zonas de finalização. Tem boa capacidade técnica embora não seja particularmente espectacular em termos de “drible”, e as mudanças de velocidade constituem uma dor de cabeça para as defesas contrárias. Conduz bem a bola, e embora não seja comum vê-lo atirar à baliza, é detentor de um pontapé certeiro.
A boa temporada valeu-lhe uma breve estreia na Champions, “prémio” simbólico dado por Guardiola.