Publicado na AABE
"Extremo
de origem, Diogo Gonçalves é neste momento o terceiro elemento na “hierarquia”
da excelente geração de 1997 do Benfica, logo a seguir a Renato Sanches e João
Carvalho. Apesar de ser ainda júnior de primeiro ano, com a eliminação da UEFA
Youth League tornou-se definitivamente jogador da equipa B, apresentando
registos superiores, por exemplo, aos de Gonçalo Guedes (em igual fase da
carreira).
Ligado
ao clube desde muito tenra idade, Diji, como é conhecido, é a nova sensação
proveniente do Alentejo, sucedendo ao lateral Pedro Rebocho. Natural de
Almodôvar, deu os primeiros passos no futebol ao serviço do modesto clube
local. Daí, saiu para o FC Ferreiras, filial do Benfica naquela zona do país, e
não tardou até viajar para o Seixal, logo após uma temporada a representar um
conjunto precisamente criado pela equipa lisboeta, com o intuito de assegurar o
futuro de talentosos jovens desta região e do Algarve. Guga Rodrigues,
recorde-se, foi outro dos elementos desse grupo.
No
segundo ano de iniciado, a equipa de Diogo Gonçalves confirmou as credenciais
que já lhe vinham sendo atribuídas e conquistou o Campeonato Nacional de
Iniciados. Uma época volvida, Diji voltou a vencer a prova em disputa, desta
feita a Divisão de Honra da AF Lisboa, no escalão de juvenis. Já em 2013/14, o
protagonismo alcançado lançou-o para altos voos internacionais.
Titular
na equipa de Renato Paiva, revelou-se imprescindível na seleção nacional sub-17
e marcou presença no Campeonato da Europa da categoria, onde a equipa das
quinas alcançou a meia-final (derrota por 0-2 diante da vencedora Inglaterra).
Os seus desempenhos sobressaíram, suscitando assim a curiosidade de clubes como
AC Milan, Chelsea ou PSG. O Nacional de Juvenis, contudo, acabou por escapar
para Guimarães, apesar da clara superioridade individual das águias.
Este
ano, já como júnior, Diogo Gonçalves afirmou-se definitivamente na formação do
Benfica. Entrou a todo o gás, somando excelentes exibições tanto no Campeonato
como na UEFA Youth League. Em fevereiro, iniciou uma gradual transição para a
equipa B, ao serviço da qual soma já quatro encontros e quase uma dezena de outras
presenças em convocatória. Em 2015/16, espera-se naturalmente que assuma maior
importância nos planos de Hélder Cristóvão, com vista a um possível futuro no
plantel principal.
Muito
forte tecnicamente e perigoso no um para um, Gonçalves assume-se como um atacante
desequilibrador. Atuando à direita, é um extremo “puro”; à esquerda, tende a
derivar para o centro, com a finalização sempre em mente. Para além disso,
evidencia uma bela capacidade de aceleração, excelente remate de fora da área e
enorme competência nas receções orientadas. No último terço, revela ainda
inteligência a servir os companheiros e bom posicionamento."