Decidiu apostar forte no futebol, numa ilusão comum a muitos outros jovens, e certamente seduzido pelos milhões que um dia poderiam alterar a condição social da família. Com 14 anos, decidiu prestar provas no River Plate, e a vida acabou por finalmente lhe sorrir. Mas não sem lhe exigir novo sacrifício. Viajou sozinho para Buenos Aires, e depois de passar nas provas, aí permaneceu longe da família. Integrou as camadas jovens do clube e partilhou o balneário, por exemplo, com Balanta ou Lanzini, que também se estrearam pela equipa sénior mais tarde. Numa entrevista recente, confessou que embora a adaptação à capital tenha sido rápida, atravessou várias dificuldades. Se lhe passou pela cabeça regressar ao bairro e abdicar do sonho? Nunca.
Kranevitter – hoje com 21 anos - estreou-se na equipa principal pela mão de Ramon Díaz, em 2012, frente ao Lanús. Jogou pouquíssimo tempo – mal deu para tocar na bola – mas sentiu o ambiente do fervoroso Monumental. O River Plate venceu por 1-0, com um golo da autoria do ex-Benfica Rodrigo Mora. Jogava-se a última jornada do Torneo Inicial 2012, em dezembro. Passaram cerca de seis meses até “Los Millo” voltarem a defrontar o Lanús. Desta feita, em jogo do Torneo Final 2013 e com um resultado bem diferente… 5-1 favorável aos “granate”. Kranevitter jogou os segundos 45 minutos, e apesar do desastre colectivo – ao intervalo já estava 4-1 – deu excelentes indicações a Ramon, que o elevou à condição de titular no jogo seguinte. “Krane” foi crescendo, e afirmou-se às ordens do actual treinador do River: Marcelo Gallardo.
Representou a Argentina no sudamericano sub-20, cumprindo os 90 minutos nos três jogos que disputou. Tem Mascherano como modelo, e há muito de “el jefe” no seu futebol. Kranevitter é um jogador de processos simples, cumpridor, que pode actuar como médio defensivo ou ligeiramente mais subido, como interior. Conhece os espaços que tem que pisar e é forte tanto na saída como em progressão. Trata-se de um jogador de apoios, que procura dar sempre uma solução de passe aos companheiros, e com a bola no pé, apresenta grande precisão no passe, com grande qualidade no médio/longo. Dedicado, chegou a jogar um “superclássico” amigável com 40 graus de febre, algo que não o impediu de protagonizar uma exibição sólida. Não é um jogador muito agressivo, embora não se coíba de colocar o pé para disputar qualquer lance. Lê bem o jogo, o que lhe confere boa capacidade de antecipação. Encaixa no perfil que muitos treinadores estão a adotar para a posição “6”, e tem sido associado a clubes italianos.
Bilhete de Identidade (dados retirados do portal 'Transfermarkt')
Nome: Claudio Matías Kranevitter
Posição principal: médio defensivo
Posições secundárias: defesa central e médio-centro
Data de nascimento: 21/05/1993
Naturalidade: San Miguel de Tucumán (Argentina)
Altura: 1,78 m