segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O regresso da geração de ouro gaulesa

Publicado no blogue Passe de Letra:

"Numa seleção outrora grandiosa, há muito que as grandes conquistas não acontecem. Após as vitórias no Mundial'98 e no Euro 2000, a Seleção Francesa praticamente se eclipsou, estando próxima da glória internacional apenas numa ocasião: Mundial 2006, no qual os gauleses foram batidos na grande final, por Itália, no jogo da célebre cabeçada de Zinedine Zidane. Os fracassos dos últimos anos, com destaque para a horrível campanha no Mundial da África do Sul, envergonham a equipa que, no fim do século XX, espantou o mundo do futebol. Aquela geração, na qual pontificavam nomes como Fabian Barthez, Thierry Henry (melhor marcador da seleção francesa), Lizarazu, Patrick Vieira, Marcel Desailly ou o anteriormente referido "Zizou", ficará para sempre conhecida como uma das melhores da história da modalidade.

O atual plantel, para além de não ter a qualidade necessária para alcançar grandes feitos, conta com uma média de idades bastante alta, estando a maioria dos jogadores próximos da barreira dos trinta anos. Destacam-se Franck Ribéry, Patrice Evra, Samir Nasri ou Karim Benzema. Milhões de gauleses desesperam por uma lufada de ar fresco, por uma fornada de atletas capazes de inverter o rumo e ameaçar a hegemonia espanhola. Observando atentamente as competições realizadas no último Verão, constatamos que esse sonho poderá ser concretizado, nos próximos anos. Na Turquia, a armada francesa levou para casa o troféu do Mundial de Sub-20 e, pouco depois, só não se lhe juntou o do Europeu de Sub-19 porque apareceu um inspirado Aleksandar Mitrovic no derradeiro encontro (vitória da Sérvia, por uma bola a zero). Há craques em potência suficientes para ocupar todos os setores do campo. Combinando esta irreverência com a experiência daqueles que ainda não atingiram o chamado "ponto de rebuçado", obtemos um conjunto temível, candidato a vencer todas as provas em que for inserido.

Na baliza, apesar de o titular Hugo Lloris ainda ser considerado jovem para a sua posição (26 anos), destaca-se o ágil Alphonse Aréola, ainda à espera de oportunidades na equipa principal do PSG. O setor defensivo originará uma competitividade incrível. Nas alas, Benjamin Mendy, lateral esquerdo do Olympique de Marseille, Lucas Digne, canhoto que custou quinze milhões de euros aos cofres do vencedor da última edição da Ligue 1, Jordan Ikoko, defesa direito formado na academia dos milionários parisienses, e Dimitri Foulquier, destro atualmente cedido ao Granada, pelo Stade Rennais FC, serão autênticos vaivéns a dar largura e qualidade ao futebol da equipa. No eixo, avizinham-se fortes dores de cabeça para os selecionadores responsáveis pela escolha da dupla de centrais. Eliaquim Mangala, Raphael Varane, Samuel Umtiti, Mamadou Sakho, Kurt Zouma ou Aymerick Laporte formarão um dos melhores duos a nível internacional.


No meio-campo, misturar-se-ão músculo e talento puro. Paul Pogba (ver perfil aqui), Bola de Ouro no Mundial de Sub-20, Geoffrey Kondogbia (ver perfil aqui), contratado, em agosto, pelo Mónaco, Adrien Rabiot, atleta ainda júnior do PSG, e Clément Grénier, "maestro" do Olympique Lyonnais, tornarão o "miolo" mais consistente e versátil. Ao citizen Samir Nasri, juntar-se-ão, nas alas, os muito promissores Anthony Martial, Florian Thauvin e M'baye Niang, estrelas em ascensão capazes de pôr qualquer estádio de pé.

A frente de ataque, talvez a posição menos necessitada, devido às presenças de Karim Benzema e Olivier Giroud, contará com as ajudas de Yaya Sanogo, do Arsenal FC, e Yassine Benzia, titular na formação do Olympique Lyonnais. Há matéria-prima suficiente para algo de importante ser feito. O potencial existente é imenso e talentosos jogadores não param de aparecer. Inúmeros fatores poderão determinar o sucesso desta geração e são indispensáveis a paciência e o apoio do público. Haja esperança!"

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