Iuri Gomes é o novo trunfo da formação do Rio Ave. Contando com passagens por Benfica e Sporting CP, teve já oportunidades na primeira equipa dos vilacondenses, esperando-se que comece a ter minutos na Liga NOS. Conheça-o no Jovens Promessas.
Viveu
em Angola nos seus primeiros anos de vida, mas como infantil já
representava o Sporting CP. Como chegou às camadas jovens dos leões?
Eu
nasci em Macau, mas aos quatro anos vim para Portugal. A opção de
representar Angola foi exclusivamente para seguir os passos do meu
pai. Cheguei ao Sporting no último ano de escolas, tendo antes
jogado no Rio de Mouro, clube do bairro onde vivo.
Ao
longo das cinco temporadas seguintes, defendeu as cores do clube de
Alvalade. Como caracterizaria o seu desenvolvimento enquanto jogador?
Considero
que a minha formação foi a que qualquer um em Portugal gostaria de
ter tido, tendo representado os dois grandes de Lisboa. No Sporting,
aprendi todos os processos e conceitos de jogo, e no Benfica foi
apenas consolidá-los e aperfeiçoar algumas coisas. Acho que neste
momento o Benfica é superior ao Sporting, tanto em termos de
aprendizagem, como de scouting,
na
procura de jogadores. Tem-se notado nos últimos anos essa ligeira
diferença. No entanto, os dois clubes foram muito importantes para
mim.
Cumprido
o primeiro ano do escalão de juvenis, decidiu assinar pelo rival
Benfica. Quais os motivos na base dessa decisão?
Foi
algo repentino. Na altura, tinha acabado de sair do Sporting e logo a
seguir veio o Torneio da CPLP, em Mafra, no qual representei a
selecção angolana sub-17. Destaquei-me, no final apareceu essa
oportunidade e aproveitei.
O
saldo coletivo ao serviço das águias não poderia ter sido melhor:
uma época, um campeonato nacional. Concorda com aqueles que afirmam
que, enquanto em Alcochete há mais preocupações com a evolução
do jogador, no Seixal o mais importante é a vitória?
Não,
de todo, até porque no Sporting também se queria muito ganhar.
Agora, claro que, se pudermos aliar a evolução do jogador a
vitórias, é perfeito, porque também temos de ganhar essa cultura e
esse espírito. Graças a Deus, no Benfica, devido ao enorme grupo e
à qualidade que tínhamos, fomos campeões nacionais.
Por
que razão abandonou as camadas jovens dos encarnados um ano depois
de ter chegado?
No
final da época, houve uma proposta por parte do Benfica que não me
agradou. Decidi recusar e seguir outro caminho.
O
que o atraiu no Rio Ave? A probabilidade de vir a ser jogador da
equipa sénior pesou na sua decisão?
Sim,
essa foi mesmo a principal razão. Sabia que era um clube que estava
em fase de crescimento e que estava a trabalhar bem na formação.
Também tinha noção de que, se me conseguisse impor aqui, o salto
para o patamar profissional seria mais fácil.
Relativamente
a Benfica e Sporting, a que nível está atualmente a qualidade de
trabalho do Rio Ave na formação?
Arriscar-me-ia
a dizer que está quase igual. Hoje, o Rio Ave é uma referência nas
camadas jovens, e isso nota-se tanto nos resultados nos diversos
escalões como nas presenças nas selecções nacionais.
Como
é o seu dia a dia desde que se mudou para Vila do Conde? Passou a
viver sozinho?
É
um dia a dia mais tranquilo. Treino e repouso bastante. Opto por
ficar em casa a ver filmes ou séries. Não, vivo na residencial do
Rio Ave com outros atletas.
Tem
sido presença assídua em sessões de treino da primeira equipa e já
esteve em vários encontros, no relvado ou no banco de suplentes. Em
que situação espera estar no início de 2015/16?
Sim,
felizmente surgiu essa oportunidade e acho que a agarrei. Neste
momento, espero acabar a época em boa forma, para que na próxima
época possa estar no plantel principal do Rio Ave.
Como
imagina a sua carreira daqui a dez anos?
É
uma pergunta complicada de responder, mas espero estar em condições
para poder retribuir a dobrar tudo aquilo que a minha família me deu,
esteja onde estiver.