Contratado ao Sporting de Braga em 2012, Yuri Ribeiro é um dos bons valores da fantástica geração de 97 do Benfica. Atualmente indiscutível nos juniores dos encarnados, o lateral esquerdo aceitou, a convite do Jovens Promessas, conversar um pouco sobre a sua carreira. Confira.
Deu os primeiros passos no futebol ao serviço de uma equipa chamada "Os
Craques", de onde saiu para o Sporting de Braga. Em 2012,
acabou por dar o salto para o Benfica. A forma como os encarnados o descobriram e levaram para o Seixal foi de algum modo influenciada
pelo facto de o seu irmão [Romeu
Ribeiro, jogador do Penafiel]
ter jogado alguns anos na formação do clube?
Penso
que não. Mesmo tendo o meu irmão tido um percurso excelente ao
serviço do Benfica, em todos os aspetos, não só a nível
futebolístico, como pessoal, não creio que o Benfica me tenha ido
buscar por influência dele. Caso isso tivesse acontecido, poderia
ter sido apenas pelo registo de humildade e trabalho que ele aqui
deixou.
Naturalmente,
passou a residir no Caixa Futebol Campus. Consegue explicar como é
o dia-a-dia de um atleta que vive numa academia deste nível?
É
um dia-a-dia em que a parte da manhã exige sempre muito trabalho,
com os treinos que temos, tendo na parte da tarde tempo livre para
descansar o máximo possível, para estarmos mais bem preparados. O
Benfica tem evoluído cada vez mais a nível de academia e temos
excelentes condições para treinar, o que facilita o nosso trabalho.
Atualmente,
apesar da idade, é indiscutível no "onze" dos juniores
do Benfica. Igualmente atletas sub-19, jogadores como Romário Baldé,
Renato Sanches ou João Carvalho são já opção na equipa B.
Treina regularmente sob o comando de Hélder Cristóvão? Para
quando o salto para a Segunda Liga?
O
meu objetivo é dar sempre o máximo em todos os momentos: treinos e
jogos. O resto vem por acréscimo. Já treinei algumas vezes na
equipa B, o que é bom para o meu processo de evolução, mas não me
preocupo muito com isso. Tento trabalhar sempre no máximo, seja com
que equipa for. Há muito trabalho pela frente.
Recentemente,
tem tido destaque na imprensa nacional a máquina 360S, que o Benfica
construiu no Caixa Futebol Campus. Já teve oportunidade de a
experimentar? O que tem a dizer sobre a mesma?
Ainda
não tive oportunidade de experimentar, mas colegas meus já e
deram-me boas indicações da mesma!
De
há algum tempo a esta parte, é presença regular nas seleções
jovens portuguesas. No último Campeonato da Europa Sub-17, pôde desfrutar da titularidade ao lado de oito (!) colegas do Benfica. A
que se deve esta "hegemonia" do clube em termos de seleções
jovens? Quais são, na sua opinião, os aspetos em que as águias têm
vantagem relativamente a outras equipas nacionais?
Como
já referi, o Benfica procura sempre dar as melhores condições aos
jovens, aqui na academia. Isso é um fator importante, que influencia
depois o rendimento dentro de campo. O Benfica é sem dúvida um dos
clubes com melhor formação do mundo. Porém, há muitas outras
equipas nacionais que procuram também dar as melhores condições
aos jogadores da formação.
Qual
foi o jogador mais talentoso que defrontou durante esse Europeu?
Quando
se participa num Europeu defronta-se sempre jogadores de muita
qualidade, mas há uns que se destacam mais. Os mais talentosos, para
mim, foram o Solanke [avançado
do Chelsea] e
o Patrick Roberts
[atacante do Fulham], de
Inglaterra.
Aproxima-se
do escalão de seniores numa altura em que as maiores pérolas da
formação do Benfica têm saído sem sequer se afirmarem na primeira
equipa. Bernardo Silva assinou pelo Mónaco, André Gomes rumou ao
Valência e João Cancelo para lá caminha. Que motivação para
continuar a trabalhar tem um júnior, ao encarar este cenário?
É
sinal de que os jogadores que vêm da formação do Benfica têm
muito potencial para jogar em equipas de topo. Para mim, a motivação
é sempre a mesma, tendo o Benfica esses jogadores com enorme
qualidade ou não.
De
que forma se descreveria enquanto jogador? Quais os aspetos que
pensa ter de melhorar para chegar a um nível mais elevado?
Sou
um jogador bastante ambicioso, agressivo, trabalhador e muito bom em
termos táticos. Tenho de melhorar em alguns aspetos, como o remate,
mas com o tempo vou evoluindo.
Embora
não atue nos mesmos terrenos que o Yuri, qual o papel que o seu irmão
desempenha na sua carreira?
Ele
empenha-se muito. Para além de irmão, é quase como se fosse um pai
para mim. Dá-me os melhores conselhos e devo-lhe muito. Graças a
ele e aos conselhos que me dá, mantenho os pés bem assentes na
terra.
Como
imagina a sua carreira daqui a dez anos?
Não
consigo imaginar. Espero que seja uma carreira boa em todos os
aspetos. Com muito trabalho e humildade, conseguimos chegar onde
queremos.