Diogo Jota foi uma das grandes surpresas da Liga NOS na última temporada. Ainda como júnior, foi lançado por Paulo Fonseca na primeira equipa dos "castores" e não desapontou: quatro golos e quatro assistências, em doze jogos. Sem dúvida, uma lufada de ar fresco no futebol português. Conheça-o um pouco melhor através do Jovens Promessas.
Fez
grande parte da sua formação no Gondomar SC, destacando-se pelo registo
goleador, nomeadamente como juvenil. Nunca houve interesse, por exemplo, do FC
Porto, maior clube da região?
Sim, o FC Porto demonstrou interesse por mim, mas apenas
quando era mais novo, em escolas e infantis. Assim como o Benfica.
Na
transição para o escalão de juniores, mudou-se para o Paços de Ferreira, onde
voltou a destacar-se pelos golos. Quando é que começou a ser chamado a treinar
com o plantel principal? Como foi recebido pelos mais velhos?
Sensivelmente a meio da primeira época, comecei a treinar
com a equipa sénior, e demonstraram interesse em assinar contrato profissional,
coisa que ocorreu no final dessa mesma época. Fui bem recebido, pois como era
da casa e tinha um bom espírito não causei problemas.
No
final da época, assinou contrato profissional com os "castores". Em
que estado se encontra a sua situação académica desde essa altura?
A altura em que assinei coincidiu praticamente com a
conclusão do ensino secundário. Depois, dado o meu estatuto profissional, optei
por não seguir para uma faculdade e concentrar-me apenas no futebol.
Na
época passada, já sob o comando de Paulo Fonseca, estreou-se pela primeira
equipa do Paços de Ferreira. De que forma foi tratado pelo técnico, ao longo
dessa passagem para sénior? Teria sido possível com outro treinador?
Fui muito bem tratado pelo Mister Fonseca e pela sua
equipa técnica. Ajudaram-me a evoluir desde o primeiro dia, até que comecei a disputar
o lugar durante a época. Sinceramente, não sei [se teria sido possível], mas
acredito ter tido sorte com a estrutura que encontrei.
Em
termos de jogo, quais as principais diferenças entre o Nacional de Juniores e a
Primeira Liga? Acha que, com a atual organização dos campeonatos jovens, um
jogador chega aos seniores bem preparado?
Nunca chega completamente preparado, principalmente pelo
ritmo de jogo e pelo pouco tempo para pensar. Mas, psicologicamente, penso que
sim.
Ao
longo da formação, atuou preferencialmente como médio ofensivo, mas apareceu na
Primeira Liga como ponta de lança. Em que posição se sente mais confortável?
Sinto-me mais confortável como falso “9” ou segundo ponta
de lança, pois apareço bem na área e sou bom nas segundas bolas. Mas sei que me
adapto bem a várias posições do ataque.
Também
na última época, surgiu a seleção nacional sub-19, que para além de si tinha dois
jogadores com experiência de Primeira Liga: André Horta e Dálcio Gomes. Embora
seja um registo modesto quando comparado com outros países, sente que o cenário
da aposta na formação em Portugal está a mudar?
Sim, creio que está a mudar, embora muito por culpa das
situações financeiras dos clubes. Mas é sempre bom que se olhe para a formação
como forma de sustentar a primeira equipa.
No ‘playoff’
de acesso ao Europeu, Portugal defrontou Espanha, cujo capitão, o central Jesús
Vallejo, assinou há dias pelo Real Madrid. Que futuro antevê para o jovem
ex-Zaragoza?
Não joguei contra a Espanha por castigo. Gostava de o ter
defrontado, pois nos jogos que vi ele apresentava-se sempre muito bem.
Saltou
do Gondomar SC para o Paços de Ferreira, chegou aos seniores ainda como júnior
e tornou-se jogador da seleção nacional. Qual o próximo passo, ou objetivo,
para o seu percurso enquanto futebolista?
O próximo passo é, sem dúvida, afirmar-me e ser um
jogador de referência no clube.
Como
imagina a sua carreira daqui a dez anos?
Não faço ideia, mas espero, sobretudo, que esteja feliz.
A
dois toques
Melhor
jogador com quem partilhou balneário: Jean Seri [médio-centro do
OGC Nice]
Futebolista
favorito: Cristiano Ronaldo
Equipa
que mais prazer lhe dá ver jogar: FC Barcelona