Durante uma época na sombra de Oblak, e mais meia na de Salin, Ederson agarrou o lugar na baliza rioavista, e de lá não mais saiu. Primo de Artur, passou também ele pelo clube da Luz na formação. É o mais jovem de todos os guarda redes habitualmente titulares na Primeira Liga.
Há uns anos atrás, referindo-se a Bosingwa, Jaime Pacheco afirmou que o jogador tinha muita qualidade, mas havia outros fatores a trabalhar. Perspetivou que a sua carreira poderia ir do 8 ao 80. “Tanto pode acabar no Real Madrid, como no Aliados do Lordelo”, disse.
Se com Bosingwa os problemas eram maioritariamente psicológicos, com Ederson o caso é diferente. Mas também o jovem guarda redes tem um elevado potencial, e terá que corrigir uma série de erros para atingir o topo. Tem pormenores de elevada qualidade, mas ao mesmo tempo revela fragilidades que o comprometem. A título de exemplo, esteve mal frente a Benfica e Porto, mas conseguiu manter a baliza inviolável em 6 dos 9 jogos realizados. E se por um lado mostra bons reflexos, a forma como se sai aos cruzamentos deixa muitíssimo a desejar. Com uma boa estampa física, mostra presença na baliza. Falta é por vezes alguma segurança na forma como aborda os lances. Talvez advenham disso as suas saídas extemporâneas. Por outro lado, será provavelmente o melhor do campeonato a jogar com os pés. No Ribeirão assumia muitas vezes a marcação dos livres!
Ederson poderá ter uma enorme carreira pela frente, como poderá acabar por ficar na sombra. O potencial está lá, as oportunidades dadas por Nuno Espírito Santo também, falta limar as arestas referidas. E isso poderá não ser tão fácil como parece…