sábado, 8 de junho de 2013



No país do chocolate, está a surgir uma das gerações mais promissoras, não só da história da Bélgica, como também da história do futebol mundial. Um pouco por toda a Europa, jovens belgas, sedentos de títulos e que espalham magia nos relvados semana após semana, estão a assumir um papel de destaque em alguns dos principais clubes. Numa seleção que, à semelhança de Portugal, nunca ganhou um grande título internacional, onde havia desilusão, há agora esperança. Toda uma nação está a acompanhar, com entusiasmo, o crescimento das jovens estrelas.



Integrada num grupo de qualificação para o Mundial 2014 extremamente competitivo, onde figuram países como a Sérvia ou a Croácia, a seleção principal da Bélgica é, neste momento, líder e espera-se que, dentro de pouco tempo, carimbe o passaporte para o Brasil. Contudo, não é expectável que chegue longe na prova. Há uma evidente falta de maturidade num grupo onde são poucos os jogadores que superam a barreira dos vinte e cinco anos de idade.

Com o passar dos meses, a qualidade deste conjunto vai crescendo e, apesar de ainda ser muito cedo para o dizer, é talvez um dos grandes favoritos a vencer o Campeonato do Mundo de 2018, que se realizará numa altura em que muitos destes jovens craques já deixaram de ser promessas e passaram a ser certezas. Jogadores, no auge das carreiras, a liderarem alguns dos principais clubes do Velho Continente.

Uma característica inerente à maioria destes atletas é a sua inegável qualidade técnica. Bola colada ao pé, fintas do outro mundo e o estádio a vibrar. Quase todos eles fazem valer cada euro de um bilhete para um jogo de futebol. O expoente máximo dessa qualidade é Eden Hazard. O jovem belga foi, durante várias épocas, o melhor jogador da Ligue 1, ao serviço do Lille. No último verão, protagonizou uma das maiores transferências do defeso. O Chelsea comprou o seu passe por cerca de quarenta milhões de euros e Hazard é já um dos melhores jogadores do emblema londrino.

Por um valor idêntico, Axel Witsel tornou-se na maior venda da história do Benfica, ao ser contratado pelo Zenit, após ter sido insistentemente associado ao Real Madrid. Curiosamente, um ano antes custou "apenas" uma verba a rondar os oito milhões de euros aos cofres da Luz. No mesmo verão de 2011, chegou também à Liga Zon Sagres um compatriota de Witsel. Defour veio jogar para Portugal, pela mão do FC Porto. Este foi apenas o primeiro contacto que o nosso campeonato teve com a promissora geração.

Para além de Eden Hazard, outros jogadores belgas também estão contratualmente ligados aos blues. Thorgan Hazard, internacional sub-21 e irmão de Eden, está emprestado ao Zulte Waregem, a surpresa do ano na Jupiler Pro League. Kevin de Bruyne, contratado ao Genk, está cedido ao Werder Bremen e Romelu Lukaku renasceu das cinzas no West Bromwich Albion. O fenómeno belga, que, contabilizando apenas dezasseis primaveras, venceu o prémio de melhor marcador da Jupiler, esteve praticamente um ano no banco de suplentes de Stamford Bridge, sob o comando de André Villas Boas e, mais tarde, Roberto di Matteo.

Ao serviço do Manchester City, Vincent Kompany é provavelmente o jogador mais consagrado e experiente do seu país. O capitão dos citizens conta, no seu palmarés, com a distinção de melhor jogador do Campeonato Inglês da época passada. A esse galardão, juntou ainda a conquista do campeonato, ganho nos últimos instantes da derradeira jornada.

Ainda na Premier League, jogadores como Mignolet, Fellaini, Benteke, Mirallas, Dembelé ou Vertonghen, entre outros, são presença regular nas convocatórias da seleção. 

Terceiro classificado no prémio Golden Boy de 2012, que distingue o melhor jogador jovem a atuar no continente europeu, Thibaut Courtois é o titular na baliza dos diabos vermelhos. Tal como outros jogadores já referidos anteriormente, o jovem guardião pertence aos quadros do Chelsea, mas está a cumprir a sua segunda época ao serviço do Atlético de Madrid e até já foi noticiado o interesse tanto de Barcelona, como de Real Madrid, nos seus serviços.

Como é sabido, o Campeonato Belga não é conhecido pelo poderio financeiro dos seus clubes. Por esse motivo, os melhores jogadores saem, ainda numa fase muito precoce da sua carreira, para clubes de maiores dimensões. No entanto, várias pérolas ainda brilham em território nacional.

No plantel do campeão Anderlecht, começam a despontar nomes como Dennis Praet ou Massimo Bruno. Em clubes mais pequenos, ainda constam os nomes de jogadores como Jelle Vossen, do Genk, ou Bernard Malanda, do Zulte Waregem,...

A maioria desses jogadores vai, dentro de pouco tempo, dar o salto para clubes europeus de nomeada e, por essa razão, a Jupiler Pro League não acompanhará o acréscimo de qualidade da seleção nacional da Bélgica.
Há motivos de sobra para ter esperança nesta geração. Com paciência e muito trabalho, poderá vir a fazer frente a países como Brasil, Alemanha, Itália, ou até mesmo a poderosa Espanha.

Os seus intérpretes fazem estremecer qualquer estádio com toques de génio ou golos de antologia. Esta é a nova Bélgica.

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